No Brasil, os dados são alarmantes para o câncer de mama: ele é o mais incidente e também o que mais mata mulheres brasileiras em todas as regiões do país, exceto o Norte, onde o câncer de colo de útero ocupa essa posição. Em 2022, a estimativa é de 66.280 casos novos até o final do ano, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. No caso da taxa de mortalidade, ajustada pela população mundial, foi 11,84 óbitos/100.000 mulheres, em 2020, com as maiores taxas nas regiões Sudeste e Sul, com 12,64 e 12,79 óbitos/100.000 mulheres, respectivamente¹.
Detecção precoce do câncer de mama
O mês de outubro há muitos anos tem sido usado no mundo todo como o período de maior conscientização para o câncer de mama. É importante entender melhor os sintomas e as diversas formas de detecção, que variam para cada paciente. Os exames de diagnóstico como ressonância magnética, uso do ultrassom de mamas e a mamografia tem sido um dos grandes diferenciais no diagnóstico precoce e na melhor escolha do tratamento a ser adotado.
Mitos e Verdades sobre a Mamografia
A mamografia é o método mais eficaz para este fim e, de acordo com a Sociedade Alemã do Câncer, o tamanho médio de um nódulo detectado pela mamografia é de 0,5 cm, enquanto o tamanho médio de um nódulo que as mulheres podem detectar por autoexame regular é de 2 cm². Nessa lógica, a mamografia se torna uma ferramenta necessária para o cuidado e prevenção. No entanto, existem vários mitos que podem comprometer seu uso pelas mulheres e dificultar o diagnóstico precoce dos casos. A Médica Radiologista e Diagnostico por imagem, Flavia M. de Pinho Abdo, Especialista em imagem mamária pelo hospital Beneficência Portuguesa São Paulo com Titulo de especialista pelo colégio brasileiro de radiologia (CBR) explica:
1. Mamografias são dolorosas. MITO.
Essa é uma crença popular que ocorre ao associar a compressão mamária com um efeito doloroso. No entanto, esse processo é importante para obter uma boa imagem interna dele e, assim, fazer um bom diagnóstico. Na realidade, as margens de dor que ocorrem geralmente são mínimas e não representam nenhum risco para o paciente.
2. As mamografias só podem detectar sinais de câncer quando a doença já está em estágios posteriores. MITO.
Isso é falso, pois as mamografias são usadas para detectar câncer em seus estágios iniciais, ou seja, quando está apenas começando e quando se quer realizar um rastreamento em mulheres sem qualquer sintoma. Portanto, este é o único método que dá espaço para manobras sobre as mortes por câncer de mama, descobrindo a doença em uma faixa oportuna de tempo.
3. Mamografias causam câncer porque as mulheres são expostas à radiação. MITO
As mamografias não produzem qualquer risco à saúde se realizadas com indicação médica adequada. O benefício de encontrar algum sinal de câncer supera em muito. Além disso, equipamentos modernos emitem radiação mínima e reproduzem uma imagem melhor.
4. As mulheres com prótese de mama devem fazer mamografia normalmente. VERDADE.
Assim como os implantes mamários não protegem ou produzem câncer, nem impedem que este teste seja realizado. A única diferença está na forma como este exame deve ser realizado, adicionando uma dose mamográfica especial em cada mama.
5. Todos os cânceres de mama podem ser detectados com uma mamografia. VERDADE.
Em sua maioria, sim. Deve-se sempre começar com uma mamografia e adicionar métodos complementares, como um ultrassom ou ressonância magnética das mamas, quando necessário.
A campanha #getchecked é uma iniciativa importante para que as mulheres, por iniciativa própria, façam seu exame de rotina, pois quanto mais cedo o câncer de mama for detectado, maiores as chances de recuperação. “Estar informada, manter os exames de rotina em dia e ter consciência sobre a importância da saúde do seu próprio corpo são fatores decisivos para no caso de um resultado positivo, termos a melhor escolha de tratamento e uma decisão de viver mais e melhor”